domingo, julho 10, 2005

marguerite

numa praia que me é distante
desfazem-se os sonhos
em branco espuma
e assim admito que me magoa
a ausencia tua

há um tempo que pertence ao mar
definitavamente lhe pertence
livros que as paredes não esquecem.

há sempre a dor
e o verbo amar
e a dor que vem, verbo criador
da dor de desejar

há a praia e o mar cinzento
o menino e o homem
o grito das gaivotas carregadas de lamento
e Saigão nunca é esquecido
nesse imenso choro alcoolizado

canto-te de mansinho uma canção
que te leve de volta ao delta do Mekong

adormece amor que a noite é morna
e há luar espelhado nos arrozais